O primeiro leva o leitor à exploração dos significados, à busca das interpretações subjetivas. Extremamente conciso e direto, permite, entretanto, um aprofundamento das ideias, um desdobramento de imagens e de sensações.
O segundo nos faz navegar pela sonoridade e plasticidade, um poema luminoso e iluminado, que se abre à exploração dos sentidos.
SERENATA SINTÉTICA
Cassiano Ricardo
Rua
torta
Lua
morta
Tua
porta
LUZ DO SOL
Caetano Veloso
Luz do sol,
Que a folha traga e traduz
Em verde novo, em folha, em graça,
Em vida, em força e em luz.
Céu azul,
Que vem até aonde os pés tocam a terra
E a terra expira e exala seus azuis.
Reza, reza o rio,
Córrego pro rio,
O rio pro mar.
Reza a correnteza,
Roça a beira,
Doura a areia.
Marcha o homem sobre o chão,
Leva no coração uma ferida acesa.
Dono do sim e do não
Diante da visão da infinita beleza
Finda por ferir com a mão essa delicadeza,
A coisa mais querida:
A glória da vida.
Luz do sol
Caetano Veloso
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Poema: Serenata Sintética, de Cassiano Ricardo e Luz do Sol, de Caetano Veloso em: INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto. 5.ed. São Paulo, Scipione, 1998.
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