Um espaço para a prosa e a poesia de todo dia, um espaço para os textos que amamos, os textos que produzimos, os textos que geram outros textos...
Viver em prosa e poesia, sem perder a ingenuidade e a utopia, mas de olhos abertos para o que se mostra, para o que é presente, para o que machuca e para o que se sente.
Desde pequenina aprendi com meus pais: a ser honesta; a não mentir; a trabalhar com dignidade; a não receber ou solicitar favores em troca de algo, a não enganar os outros; a receber exatamente o que mereço, nem menos, nem mais; a respeitar meu semelhante. Esses preceitos, que mantenho como uma diretriz em minha vida, procurei passar a meus filhos e agora também a meus netos. Neste momento conturbado de minha Pátria, sinto-me envergonhada pelas pessoas que a dirigem.
Espero que os próximos eventos tragam mais alento a este povo bom, feliz, - seja na riqueza, seja na miséria - que em sua simplicidade ampara e acolhe o semelhante, transforma sua tristeza em arte e, ao menos uma vez por ano, vive a alegria plena do carnaval... Anseio por melhores rumos para meu país
Paulo Leminski (1944-1989) foi um artista completo. Velejou pelas variedades artísticas como ninguém. Deixou poemas, romances, novelas, roteiros, letras e melodias em composições solo ou em parceria com outros músicos. Foi tradutor, escreveu para jovens e adultos, enfim, produziu intensamente em seus quarenta e cinco anos de vida. Sua obra é atemporal e iluminada...
"Oculus" na cúpula do Panteão
Roma
SINTONIA PARA PRESSA E PRESSÁGIO
Paulo Leminski
Escrevia no espaço.
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Soo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.
Eis a voz, eis o deus, eis a fala,
eis que a luz se acendeu na casa
e não cabe mais na sala.
Sobre Leminski: Jornal de Poesia - http://www.jornaldepoesia.jor.br/pl.html
Sintonia para Pressa e Presságio: Moriconi, Italo. Os cem melhores poemas do século. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001. p. 279. Estrelinski e os Paulera: Se houver céu - Leminskanções: Youtube
Fotografia: Cúpula do Panteão de Roma: Ana Flavia Gatti