COGITO
Torquato Neto
eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível
eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora
eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim
eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.
NETTO, Torquato. COGITO. IN: MORICONI, Italo. Os cem melhores poemas brasileiros
do século. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.
Foto: Relógios à frente da Estação de Saint Lazare. Paris.
ResponderExcluir... entretanto...
tudo se move
É bom ler poesia assim.Faz bem à alma. Abraços
ResponderExcluirPeço desculpas a Mar Arável e Maria Emília, pela demora na resposta. Estive bastante atarefada e não tive tempo de entrar no blog. Obrigada pela visita, são sempre muito bem vindos! Abraços calorosos.
ResponderExcluirJane,
ResponderExcluirMuito obrigada pelos seus comentários.
Tenho andado cheia de trabalho e inda não tinha podido vir aqui.
Excelente este poema. Gostei muito.:)
Beijinho.