Professora alfabetizadora, escritora, poeta, co-fundadora do Centro Mello Freire de Cultura, da APAE de Mogi das Cruzes, Botyra Camorim teve uma vida de muito trabalho, dedicação, lisura e dinamismo.
Iniciou sua vida no magistério deixando sua terra natal, São Paulo e mais precisamente o Braz, bairro em que passou a infância e adolescência feliz, para ingressar em uma cidadezinha distante, quase na divisa com o Paraná, passando a viver nas escolas, nas casas cedidas por fazendeiros, enfrentando dificuldades jamais vividas anteriormente, típicas da vida na roça no início do século passado.
Até chegar a Mogi das Cruzes, lecionou em várias cidades do estado de São Paulo, sempre tentando a remoção para a capital. Aqui, fincou raizes e criou os cinco filhos, ao lado do marido.
Nesta cidade lançou seu primeiro livro: Uma vida no magistério e continuou como escritora, poeta e cronista até o final de sua vida. Durante anos participou do Centro Mello Freire de Cultura, entidade que reunia escritores, jornalistas, poetas, repentistas, enfim, as pessoas que compunham a literatura desta cidade.
Aposentada, participou da fundação da APAE de Mogi das Cruzes, da qual foi diretora por vários anos.
Sua obra mantém-se viva e seu livro Uma vida no magistério é material de estudo na Universidade de São Paulo, que pesquisa as professoras autoras de autobiografias.
Mais do que seu papel como professora e escritora, quem a conheceu guarda na memória a figura frágil porém de espírito forte. Lembra ainda a mulher alegre, dinâmica, cheia de amor à vida, a mãe presente e dedicada, a amiga fiel e principalmente, aquela que legou aos filhos e netos um exemplo de dignidade e retidão.
Google Imagens:
Jornal Mogi News - Mogi das Cruzes
Botyra Camorim em quatro momentos. Em sentido horário: em evento, com colegas professoras; discursando em solenidade em Mogi das Cruzes; entrando na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, para receber o título de Cidadã Mogiana e aos 18 anos, com trajes de formatura da Escola Normal Padre Anchieta, em São Paulo.
IDEAL
A teima muitas vezes
é que torna possível
as coisas impossíveis
Persistir em algo
que amamos,
que acreditamos
ser realizado,
é tornar real
o que chamamos de ideal.
CAMORIM, Botyra. Emoção. Mogi das Cruzes, Ed. do autor, 1985.
:)
ResponderExcluirJane,
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar em Botyra Camorim. Ainda bem que a blogosfera permite esta partilha, fico-lhe grato.
Beijo :)
Minha mãe enfrentou todas as dificuldades do autor que publica sem o apoio de um editor ou distribuidor. Mas nunca se rendeu ao desânimo; ao terminar um livro, já estava envolvida em outro projeto. Obrigada pela presença e pelas palavra. Abraços.
ExcluirOs impossíveis
ResponderExcluirestão ao alcance
das nossas mãos
Obrigada pela presença. Abraços.
ExcluirVocê esqueceu de citar duas coisas sobre a vovó.
ResponderExcluirA primeira é que ela era a minha avó.
A segunda era que ela além de avó era minha madrinha.
Ela, daquele jeitinho que você descreveu influenciou todos nós de alguma forma.
Beijão pra você e sou grato a Deus por fazer parte dessa família.
Meu querido, com certeza, somos o que somos a partir de sua avó/madrinha. Espero que essa chama: do amor, da retidão,da fraternidade e da preservação da família se mantenha nessa nova geração que aí está. Beijos, saudades.
ExcluirA conheci em 1963 ,eu trabalhava em uma relojoaria na Moreira da Glória e ela era cliente, me presenteou com o livro Um Estranho na Família eu tinha 14 anos
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