domingo, 26 de julho de 2009

O semeador

No meio do campo ele para
e volve os olhos para o caminho percorrido.
Relembra a terra fértil que lhe foi entregue
ávida de semente e de cuidados.
Recorda o trabalho, preparando o solo,
o depositar da semente,
o carinho, o desvelo,
o despontar dos brotos,
primeira resposta ao seu labor.
As dificuldades que enfrentou,
tempestades e vendavais,
sem desânimo ou desalento,
constante presença
a refazer,
a recomeçar, sempre...

E agora ele se volta para o que o espera:
novos campos, novas terras, novas sementes,
novas dificuldades também...

Mas o ideal é forte
e ele segue sua missão sublime:
fazer crescer a planta,
fazer nascer o broto,
fazer brotar a vida!

Azul Drummond



Em plena tarde azul

ausente de desejos

ou mágoas ou temores,

o olhar inebriado de luz e cores

-rosa dourado derretendo o dia -

busco encontrar sentido,

tento achar respostas

a perguntas perdidas na memória dos tempos...

As mesmas perguntas sem respostas

feitas desde que se percebeu ser no mundo,

as mesmas perguntas que a fé responde sem provas concretas

e a ciência busca em vão.

Nesta tarde inebriante de azul,

identifico-me, apenas,

entrego-me.

Perco-me no azul, na intensa luminosidade que me envolve,

apagam-se perguntas, perdem-se respostas,

sou apenas azul, dourado e róseo, derretendo o dia.

terça-feira, 14 de julho de 2009




Neste espaço, pretendo que convivam os meus textos - que escrevi ou escreverei - com aqueles que amo: de poetas conhecidos ou desconhecidos, de pessoas com quem convivo ou convivi; enfim, que seja um diálogo terno entre palavras, versos, frases, idéias...