domingo, 25 de novembro de 2012

VIAJANTES DO TEMPO PRESENTE

Quem somos nós, viajantes do tempo presente?

COGITO

Torquato Neto

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.


NETTO, Torquato. COGITO. IN: MORICONI, Italo. Os cem melhores poemas brasileiros
 do século. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.





Foto: Relógios à frente da Estação de Saint Lazare. Paris.

domingo, 11 de novembro de 2012

A DANÇA DO UNIVERSO

É de Marcelo Gleiser o título acima. E é dele o trecho escolhido para hoje. 

A natureza jamais vai deixar de nos surpreender. As teorias de hoje, das quais somos justamente orgulhosos, serão consideradas brincadeira de criança por futuras gerações de cientistas. Nossos modelos de hoje certamente serão pobres aproximações para os modelos do futuro. No entanto, o trabalho dos cientistas do futuro seria impossível sem o nosso, assim como o nosso teria sido impossível sem o trabalho de Kepler, Galileu ou Newton. Teorias científicas jamais serão a verdade final: elas irão sempre evoluir e mudar, tornando-se progressivamente mais corretas e eficientes, sem chegar nunca a um estado final de perfeição. Novos fenômenos estranhos, inesperados e imprevisíveis irão sempre desafiar nossa imaginação. Assim como nossos antepassados, estaremos sempre buscando compreender o novo. E, a cada passo dessa busca sem fim, compreenderemos um pouco mais sobre nós mesmos e sobre o mundo a nossa volta

GLEISER, Marcelo. A dança do universo: dos mitos de criação ao Big-Bang.
São Paulo: Campanhia das Letras, 2006.




Sinais - Zé Ramalho
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