domingo, 25 de novembro de 2012

VIAJANTES DO TEMPO PRESENTE

Quem somos nós, viajantes do tempo presente?

COGITO

Torquato Neto

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim.


NETTO, Torquato. COGITO. IN: MORICONI, Italo. Os cem melhores poemas brasileiros
 do século. Rio de Janeiro, Objetiva, 2001.





Foto: Relógios à frente da Estação de Saint Lazare. Paris.

4 comentários:

  1. É bom ler poesia assim.Faz bem à alma. Abraços

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  2. Peço desculpas a Mar Arável e Maria Emília, pela demora na resposta. Estive bastante atarefada e não tive tempo de entrar no blog. Obrigada pela visita, são sempre muito bem vindos! Abraços calorosos.

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  3. Jane,
    Muito obrigada pelos seus comentários.
    Tenho andado cheia de trabalho e inda não tinha podido vir aqui.
    Excelente este poema. Gostei muito.:)
    Beijinho.

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