quinta-feira, 26 de março de 2015

SER E DEIXAR DE SER

Mas, afinal, o que nos constitui?
Nosso olhar? Nossas palavras? Nossas ações?
O que nos materializa?
Este corpo, tão frágil, tão sujeito a sossobrar 
ante as tormentas e vendavais que a vida impõe?
Esta aparência que o tempo vai moldando em nosso desfavor?

Mas, afinal, o que nos constitui?
Nossas posturas perante o que se apresenta?
Nossas revoltas, 
nossas tristezas, 
nossas alegrias?

Eu sou,
Eu quero,
Eu vou...
Palavras e atitudes vão se impondo em nosso caminhar,
E aparentemente nos representam, 
nos identificam.

Mas, eu? Eu, quem?

As máscaras que assumimos, os papéis que representamos,
não chegam a nos constituir.
Somos mais, muito mais,
indefinidos, indefiníveis,
indecifráveis para nós mesmos.
Estamos além do que se apresenta, 
além deste pouco que reconhecemos.

Até que um dia,
inesperada ou lentamente, 
deixemos de ir, 
de querer,
de ser...

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