sábado, 30 de junho de 2012

FINALMENTE FÉRIAS!

Depois de um final de semestre extremamente cansativo e tenso, estou em férias!

Google Imagens




Peço licença para reproduzir um texto publicado no ano passado, desejando a todos muitas tardes como a que descrevo.


Entardecer de ócio



Aos meus amigos, a quem gostaria de oferecer uma tarde assim.



Todos deveriam ter o direito de desfrutar de um entardecer de ócio. Todos, sem exceção, de todas as cores, credos ou procedências, jovens, adultos, idosos, deveriam, por direito, usufruir da beleza do pôr-do-sol, em perfeita ociosidade.

Bons ou maus, não tão bons, nem tão maus, pobres e ricos, trabalhadores e desempregados, comunistas, socialistas, imperialistas, capitalistas e todos os "istas" possíveis, nenhum deles seria privado do direito de contemplar, imóvel e em completo descanso, o róseo do céu, o vermelho do sol que se põe no horizonte.

E ainda todos aqueles que amam e que odeiam, que choram e que riem, seja por alegria, seja por tristeza, seja por inveja, seja por raiva, os sinceros e os falsos, os cínicos, os irônicos, os confiáveis e os amáveis: sim, todos eles deveriam ter esse direito e dele usufruir...

Seria um entardecer de plena paz: sem desejos nem anseios, sem planos e decisões, sem projetos, sem perspectivas: apenas o céu e o sol. Mas também não haveria mágoas ou tristezas, lembranças e saudades, dores e temores. Nada. Apenas a tarde.

E a tarde seria bela: o céu de um azul perfeito, algumas nuvens, por que não? Afinal é possível a magistral beleza de um céu em que as nuvens deixam escapar feixes de luz.

No horizonte, aos olhos extasiados, se mostraria o rosa, o lilás e o dourado, emoldurando o disco vermelho que se despede, aos poucos, prenunciando a noite.

A tarde seria também perfumada e sonora. Perfume de flores no ar, nada forte, nada intenso, nada que perturbasse o recolhimento e o prazer daqueles instantes em que o tempo deixou de existir. Sons de pássaros, em voos rápidos, aos pares ou em bandos, ou ainda solitários, completariam a festa dos sentidos, sons e aromas, cores e luz, perfeição.

E nesse entardecer de ócio, total desprendimento de tudo que parece ser tão importante: coisas, pessoas, ações, até o tempo pareceria imóvel: uma pausa, um hiato, um momento de puro deleite, de entrega e interação. Seriam todos apenas um: ser e natureza, integrados. Sem pressa, sem tempo, sem nada.

Apenas a tarde.
Publicado originalmente em 11 de janeiro de 2011. 

3 comentários:

  1. Eunice RGM: 4828 5°Letras1 de julho de 2012 às 15:54

    Vou tentar fazer uma intertextualidade com o Texto ENTARDECER DE ÓCIO.
    Como diz uma amiga:


    -"A ociosidade não me cansa"

    Não considero isso um crime, porque a vida é boa assim.
    E para mudar um pouquinho o rumo em 2012, tive que adequar
    à minha rotina algo que antes de mais nada me desse prazer.
    Continuo não abrindo as faturas dos cartões de crédito.
    Não é sacrifício ter quem as pague pra mim.

    Tenho andado por ai distribuindo sorrisos
    e gentilezas, tudo grátis!

    E ainda sinto um frio na barriga ao imaginar que em poucos
    dias passarei de desocupada à dona de República.

    A República da tia San. [Para Maiores, naturalmente]

    Não, não comi cogumelos alucinógenos.
    Meu analista diz que devo mudar, andei observando
    o consultório dele nos últimos anos;
    tudo igual, incluindo o Divã.

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    1. Obrigada pela visita e pelo texto, Eunice. Gostei de ambos. Beijo.

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  2. Jane,
    Obrigada pelo entardecer de ócio que vou planear para daqui uns tempos, pois ando a terminar um projecto que envolve tempo.
    Apetecia-me mergulhar já no seu texto. :)
    Gostei muito. Parabéns!
    beijinho e grata pela visita. :)

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