domingo, 28 de outubro de 2012

PORTA ABERTA

Abro minha porta para o sol da manhã.
E ele me traz sonoridades aladas,
Perfume de flores, vida em movimento.

Abro minha porta para a aragem do entardecer.
E ela me traz risos de crianças que brincam,
murmúrio de riachos cantantes.

Abro minha porta para a noite aveludada.
E ela me traz brilhos de estrelas
e aromas adocicados.

Abro minha porta para a luz.
E ela invade a sombra confortável
que me cerca e me protege.

Abro minha porta para a tempestade.
E ela me traz o choro dos desabrigados
e o medo do desconhecido.

Abro minha porta para o grito das ruas.
E ela me traz a realidade que machuca
e o que de feio existe.

Apesar de tudo, minha porta estará sempre aberta:
para o bem, o belo, o seguro,
e também para o que foge a uma vida ideal.

Abro minha porta para a vida,
de olhos bem abertos para o que virá.
E ora aceito, ora luto,  cada vez mais forte, cada vez mais lúcida.


Foto: Porta em Toledo, Espanha: com autorização de Ana do blog (In) Cultura

A imagem, tão bela e sugestiva, foi o mote que inspirou o texto acima.
Foi tomada por empréstimo de Ana, do blog  (In) Cultura: (http://sonhar1000.blogspot.com.br) que acompanho com prazer, pois concretiza realmente o que se propõe: socializar a Cultura e, por que não, fazer "sonhar mil..."

5 comentários:

  1. Querida Jane,
    Muito obrigada pelo belíssimo texto associado à minha fotografia.
    Fico feliz por ter sido tão proveitosa a sua utilização e embaraçada também.
    Beijinhos. :)

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  2. A metafora sempre encanta: falavamos sobre o pragmatismo na linguagem, e como a inconsistencia das coisas torna a linguagem um campo de possibilidades mais do que uma equação matemática.
    Porta não é mais porta...

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  3. Com certeza, meu amigo. Obrigada por seus comentários sempre precisos. Abraço.

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