quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

POEMA


Sombras aladas pousaram em meus sonhos,
Ergueram-se do solo, deixando para trás
Pernas brancas, vermelhas, amarelas ( tantas pernas)
E ainda olhos insaciáveis, bocas inquietas, mãos exploradoras...
Deixaram também meu rosto no espelho,
Indiferente ao murmúrio do vento e ao apito do trem,
Que já vem, que já vem...
Meus sonhos agora providos de asas
Singraram os ares sem rumo e sem destino,
Ao sabor das marés e dos desejos.
Vestiram-se de nuvens,
Ornaram-se de estrelas,
Perderam a noção do tempo.
Invadiram espaços
E finalmente em êxtase
Estilhaçaram-se em versos:
Criou-se o Poema. 


The return - René Magritte
Google Imagens




8 comentários:

  1. E são esses estilhaços que me surpreendem por tanta beleza refletida aqui!
    Quisera ser inspirada e saber usar tão bem as palavras como a linda poeta Jane sabe!!
    beijinhos

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  2. Olá Jane!
    Diz o poeta que o sonho comanda a vida!!! Sem sonhos ela seria bem mais trágica e negra! Ainda bem que os poetas enfeitam a vida de poesia linda como esta que acabei de ler.
    Um abraço.

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  3. Sem sonhos, sem utopias, como viver? Pés no chão, coração nas nuvens, vivendo um dia de cada vez...
    Beijos, obrigada pela presença, Maria Emília.

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  4. Lindo, Jane.
    fiquei sem palavras. O sonho pode ser um silêncio apaziguador.
    Beijinhos e obrigada pela sua presença. :)

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